quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Prazeres proibidos

Todos nós, que temos espelho e conta bancária, sabemos que avaliamos os outros e a nós mesmos por meio de comparações. E se você pensava que a inveja derivada das comparações era um pecado grave, é porque ainda não sabe o que é schadenfreude.
Pesquisadores publicaram na revista Science um estudo mostrando como essas duas sensações ocorrem no nosso cérebro.
Primeiro, a inveja. Germina quando nos comparamos com alguém cujas qualidades consideramos
  • auto-relevantes (nadar rápido é importante para o César Cielo, mas pode ser indiferente para o Felipe Massa) e
  • superiores (você & seu marido x Angelina Jolie & marido da Angelina Jolie).
Nessas situações, observou-se que ativamos a região dorsal do córtex cingulado anterior (dACC), normalmente ativa quando processamos conflitos cognitivos e dor social...
Agora, a mais nova palavra do seu vocabulário: schadenfreude. Para facilitar, vamos criar uma situação. Imagine alguém como o Eike Batista e suponha que você sentisse inveja, por exemplo, caso ele fosse rico e casado com uma mulher admirável. Então, imagine como você se sentiria descobrindo que esta admirável senhora teve um caso com um homem simples, e.g., um bombeiro. Pronto, isso é schadenfreude: a alegria no seu coração quando uma pessoa invejada tem azar.
Este estudo revela que, quando você sente schadenfreude, há ativação no estriato ventral, envolvido no

processamento de recompensas (prazer).

É feio, ninguém assume e consta na Bíblia que pagaremos por isso... mas, mesmo fisiologicamente, o seu prazer pode ser o meu sofrimento. E o seu sofrimento, a razão do meu prazer.


Observações:

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