quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Homens ansiosos mais submissos

A ansiedade é uma reação bem comum e todos a experimentamos com alguma freqüência – claro, uns com freqüência e intensidade bem maiores que outros...
Pessoas que ficam nervosas em situações sociais do dia-a-dia têm o que chamamos de  

ansiedade social

Certamente você deve ter um amigo que, para evitá-la, vai ao mercado às 7h da madrugada, tremia/enrubescia/gaguejava durante as apresentações da faculdade ou que, quando quer pizza, pede à mãe que telefone para a pizzaria. Sim, esses comportamentos são muito comuns e dão amostras das dificuldades que a ansiedade social pode causar.
Um estudo publicado em 2008 na revista Psychological Science constatou não somente 

mudanças no comportamento

mas também  

alterações hormonais (!)

em situações de tensão social.
Analisando situações de competição, os autores constataram que, entre os perdedores,
  • Os homens ansiosos tiveram queda nos níveis de testosterona;
    • As mulheres não apresentaram alterações significativas
      • Os homens pouco ansiosos socialmente tiveram pequenos aumentos nas taxas de testosterona.
        Há indícios de que mais testosterona está relacionada com maior dominância social e, menos testosterona, com submissão social. A novidade é saber que os homens com alta ansiedade social são os mais afetados por um fracasso público.
        A promessa é boa: ao reduzir sua ansiedade social, pode ser que os homens se submetam menos socialmente e reajam melhor diante de derrotas.

        Observação: devido a minha desorganização, posto provisoriamente este texto em formatação excepcional e sem links... Se Deus quiser, isso será resolvido em breve.

        sexta-feira, 20 de agosto de 2010

        Contingências do amor

        Ao contrário do que diziam Cazuza e minha avó, alguns cientistas (certamente uns mal amados) acreditam que o amor não é uma coincidência. E, para piorar, eles têm alguns bons argumentos.
        No início deste ano, pesquisadores da University of California, Los Angeles, publicaram na revista Evolutionary Psychology um estudo sobre o que faz alguém se apaixonar.
        Supondo que o amor é um mecanismo de comprometimento do casal, pois quando estamos apaixonados,

        desejamos um único parceiro (há relatos de que essa regra tem exceções),

        ele contribuiria para a sobrevivência da espécie, considerando que um ser humano leva muitos anos para a amadurecer e tem mais chances de sucesso quando criado por dois, ou seja, pai & mãe.  
        Considerando que os homens se beneficiariam do envolvimento com múltiplas parceiras, enquanto seria mais auspicioso às senhoritas que mantivessem o parceiro por perto (afinal, não basta ser pai, tem de participar... tem que ser Gelol), a hipótese era que os homens se envolveriam mais facilmente do que as mulheres.
        Entre vários fatores, os pesquisadores encontraram indícios de que estavam certos:
        • homens têm mais amores à primeira vista;
        • homens passam mais vezes pela cruel e constrangedora situação de não serem retribuídos pelo ente amado;
        • homens que susperestimam o quanto são correspondidos se apaixonam mais;
        • homens que valorizam a beleza exterior se apaixonam mais rapidamente por mocinhas com mais beleza exterior e
        • mulheres com mais desejo sexual se apaixonam mais facilmente (ratificando que, para as mulheres, sexo e amor estão mais fortemente relacionados do que para os homens).
        Embora a metodologia (correlacional) da pesquisa não permita falar sobre causas, são evidências de que os cupidos dos homens trabalham mais do que os das mulheres, na ausência de indícios na direção oposta. 
        Só não sei se teríamos o mesmo resultado em uma cultura mais machista, como a nossa...


        Observações: