Um tio meu dizia que Ou você é 100% honesto, ou desonesto. Na época, eu duvidava se existia alguém honesto... Hoje, sei que não. Até porque a melhor pergunta não é SE alguém é honesto, mas QUANDO! Assim afirma um artigo publicado mês passado na revista Psychological Science.
Os autores já sabiam que nossa retidão fraqueja quando existe
- interesse financeiro – “todo mundo tem um preço – e o meu tem desconto!”
ou
- injustiça – a SUA visão de injustiça. Daí vem o caos: cada um julgando do seu próprio ponto de vista e fazendo justiça com as próprias mãos por conta própria
Investigando QUANDO e COM QUEM somos DESONESTOS (ajudando ou prejudicando desonestamente), constataram que nossa deslealdade floresce quando
- vou ganhar algo – tanto faz, te ajudo ou prejudico conforme meus interesses
- estou pior que você – aparece inveja (admito!) e te prejudico
- estou melhor que você – sinto culpa (sempre tem algo para atrapalhar) e te ajudo
Na verdade, a sensação de injustiça gerou muito mais desonestidade do que o interesse financeiro (pelo menos com valores pequenos).
A explicação é que
A explicação é que
- a injustiça te provoca tensão emocional e é mais importante aliviar esse stress do que ser honesto.
Notou que cara-de-pau? Somos desonestos em nome da justiça! E você pensando que Robin Hood era ficção...
Parece que, além da moral pessoal, é MUITO importante evitar ou minimizar situações de injustiça, pois são um terreno fértil para a trapaça, mesmo para pessoas confiáveis (como nós!).
Observações:
1. Artigo original: Gino, F., Pierce, L. (2009). Dishonesty in the Name of Equity. Psychological Science, 20, (9), 1153-1160.