quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Rabiscando


É possível que você já tenha participado de uma palestra ou reunião bem chata em que todos pareciam concentrados enquanto você daria tudo para fazer algo que te distraísse, mas o bom senso te conteve.
Se a situação lhe soa familiar, saiba que você DEVERIA ter lutado pela sua liberdade! Mais especificamente, você poderia desenhar, assim se lembraria de algo dito durante a apresentação...
É o que conclui um estudo publicado na revista Applied Cognitive Psychology por uma pesquisadora da britânica University of Plymouth
Os participantes ouviram uma gravação semelhante a uma conversa telefônica e foram avaliados quanto ao que se lembravam. No entanto, metade deles teve de preencher uma folha com formas geométricas durante a audição, semelhante aos rabiscos que fazemos no bloco de anotações em casa.
A idéia é a seguinte. Imagine uma situação relativamente entediante:
  • Reunião de definição do grupo de reestruturação da política de valorização das reuniões da sua empresa ou
  • A ligação de domingo para a sua tia de Goiânia ou
  • A palestra sobre organização financeira que sua mãe te obrigou a assistir.
São situações pouco estimulantes (admita, são chatas mesmo) em que o nível de excitação diminui e você tem sua atenção e memória prejudicadas.
A novidade desta pesquisa foi descobrir que 
 aqueles que puderam desenhar 
enquanto desempenhavam a tarefa entediante
 se lembraram de mais informações  
(tanto das importantes quanto das secundárias). 
A pesquisadora propõe duas explicações:
  • Desenhar estimula, diminuindo o tédio e te auxiliando cognitivamente e
  • Desenhar atrapalha, mas impede seu espírito de se desconectar do corpo e viajar por aí.E atrapalhando menos, ajuda.
Enfim, rabiscar é bom. O problema é que quem está com a palavra talvez não tenha lido essa pesquisa e não goste da sua atitude.

Observações:

1. Artigo original: Andrade, J. (2010). What does doodling do? Applied Cognitive Psychology, 24, 100-106.

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