terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Princípio do Contraste ou Como Nos Enganam Fácil I

Desde pequenos, aprendemos que somos únicos. Verdade, mas incompleta: nossos pais omitiram que
  • parecemos uns com os outros mais do que imaginamos e
  • ignorar isso nos deixa vulneráveis. E muito.
Como? Veremos algumas possibilidades em uma série de posts baseados em um livro¹ sobre persuasão do psicólogo norte-americano Robert Cialdini. São 7 capítulos, farei 7 posts. Mas não de uma vez, para não ficar chato.
Comecemos pelo princípio do contraste, que é bem simples:
  • alguém te apresenta duas situações, uma após a outra. Comparando, elas parecem muito mais diferentes do que realmente são. 
Sim, e o que isso tem de excepcional?
Um exemplo: mocinha, você vai a um casamento e precisa de um vestido (certamente você não tem N-E-N-H-U-M-A roupa adequada...). A vendedora te mostra um vestido de R$ 2.600,00! Primeiro, taquicardia. Depois, você recupera o fôlego e ela te traz outro, uma pechincha: R$ 500,00!!!
Então, pelo princípio do contraste, o segundo parece muito mais barato do que é (pois o primeiro era muito caro). Por isso, você
  • gasta mais se compra primeiro o vestido e depois os acessórios
  • gasta mais se compra primeiro o carro e depois negocia item por item
  • Acha o seu namorado enjoadinho depois de assistir o Brad Pitt (mas esse nem precisa de contraste!)
Duas atitudes simples podem te deixar menos vulnerável a esses efeitos:
  • comece pelos itens mais baratos ou
  • saia de casa com um valor na cabeça, assim você escolhe o valor de contraste, e não o vendedor.

Observações:

2. Agradecimentos especiais ao caro Fabio Iglesias, fã do Cialdini, pela sugestão do livro.

11 comentários:

  1. Precisamos trabalhar essa sua obsessão pelo Brad.

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  2. Haha
    A mais pura verdade. Essas comparações sempre rolam.
    Abração
    Hernani

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  3. Certa feita, amiga minha, publicitária, disse que sua agência fazia isso. Vinha a Daniela Mercury e pedia um trio elétrico e dizia que "este ano tem que ser arrebatador, uma revolução!". Eram feitos dois projetos: um era medíocre e o outro era bom.
    Na data da primeira prévia, apresentavam o medíocre para ela, que fazia uma cara feia, torcia o nariz, dizia que não tinha gostado. Aí vinha a resposta da pessoa do outro lado do balcão: "Temos um outro projeto aqui... mas ainda está muito incipiente, estamos pensando como podemos fazer... não sei se está pronto para ser mostrado...". DM: "Mostre!". E aí ela adorava o projeto e mandava seguirem naquela linha.
    Segundo essa minha amiga, se mostrassem o projeto bom primeiro, a cliente ia achar um monte de defeitos e isso ia atrasar e dobrar o trabalho de todo mundo. E ainda se lamuriava aflita: "estou sendo ética?" Respondi de pronto: "para uma publicitária, você é uma santa".

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  4. Onde estão os novos posts? Psico pra tia! Psico pra tia!
    ;D

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  5. Señorito.. estou curisosa pelos próximos capítulos! :o)
    Deixa a preguicinha de lado e posta nem que seja alguns rabiscos.
    Um beijo.

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  6. Então, Aline... os posts finalmente voltaram!! Obrigado pelo estímulo.

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  7. Rodrigo, meu caro, obrigado ao senhor também. Fiquei bem contente ao ver o pedido. Estamos de volta, funcionando normalmente!

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  8. Artur, muito bom! Obrigado, excelente exemplo! "para uma publicitária, você é uma santa"... muito boa!

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  9. Hernani, essas comparações sempre acontecem. O problema é que, na maior parte das vezes, elas não são notadas conscientemente. Daí, ficamos muito vulneráveis a quem deseja se aproveitar e sabe dessa tendência.

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  10. Rodolfo, não tenha ciúmes, também gosto muito de você.

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