sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Contingências do amor

Ao contrário do que diziam Cazuza e minha avó, alguns cientistas (certamente uns mal amados) acreditam que o amor não é uma coincidência. E, para piorar, eles têm alguns bons argumentos.
No início deste ano, pesquisadores da University of California, Los Angeles, publicaram na revista Evolutionary Psychology um estudo sobre o que faz alguém se apaixonar.
Supondo que o amor é um mecanismo de comprometimento do casal, pois quando estamos apaixonados,

desejamos um único parceiro (há relatos de que essa regra tem exceções),

ele contribuiria para a sobrevivência da espécie, considerando que um ser humano leva muitos anos para a amadurecer e tem mais chances de sucesso quando criado por dois, ou seja, pai & mãe.  
Considerando que os homens se beneficiariam do envolvimento com múltiplas parceiras, enquanto seria mais auspicioso às senhoritas que mantivessem o parceiro por perto (afinal, não basta ser pai, tem de participar... tem que ser Gelol), a hipótese era que os homens se envolveriam mais facilmente do que as mulheres.
Entre vários fatores, os pesquisadores encontraram indícios de que estavam certos:
  • homens têm mais amores à primeira vista;
  • homens passam mais vezes pela cruel e constrangedora situação de não serem retribuídos pelo ente amado;
  • homens que susperestimam o quanto são correspondidos se apaixonam mais;
  • homens que valorizam a beleza exterior se apaixonam mais rapidamente por mocinhas com mais beleza exterior e
  • mulheres com mais desejo sexual se apaixonam mais facilmente (ratificando que, para as mulheres, sexo e amor estão mais fortemente relacionados do que para os homens).
Embora a metodologia (correlacional) da pesquisa não permita falar sobre causas, são evidências de que os cupidos dos homens trabalham mais do que os das mulheres, na ausência de indícios na direção oposta. 
Só não sei se teríamos o mesmo resultado em uma cultura mais machista, como a nossa...


Observações:

2 comentários:

  1. Estranho falar sobre amor... e principalmente nos enquadrar em pesquisas e amostras científicas.
    O amor é algo que sente - de dentro para fora - sem muitas regras, condições, credos, interpretações, explicações.
    Às vezes queríamos poder amar, às vezes queríamos deixar de amar ...
    Amor não se compra, não se mede, não se repete!
    Amor...

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  2. Pois é, concordo, por isso disse que eles devem ser uns mal amados...

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