quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Atualização


Hoje o Psico pra Tia está mudando do blogspot para o tumblr, que suporta formatos mais variados. Isso vai ajudar a criar um blog mais ativo e interessante.
Te vejo por lá: http://psicopratia.tumblr.com/!!!

Antissobriedades [1]



"A História nos ensina que homens e nações se comportam sabiamente quando já exauriram todas as outras possibilidades." 
- Abba Eban


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A última das liberdades humanas

Sei que isso não é nenhuma novidade, mas, crenças à parte, nossa vida está limitada à condição do aqui e agora: único lugar e momento em que podemos viver.
E o que você diria se imaginássemos que, além de restritos a essa condição, ainda fazemos pior, vivendo encarcerados? Ou melhor, como Prisioneiros de Nossos Pensamentos?
Sei que a introdução foi um pouco dramática, mas é bastante pertinente. Alguém já disse que nossa mente pode fazer do paraíso um inferno ou do inferno um paraíso, e essa é a idéia que nos interessa aqui.
A vida está aí e não nos apresenta um cardápio a cada café-da-manhã, simplesmente os eventos se sucedem. Mas Alex Pattakos, autor do livro em questão, remete à noção de última liberdade humana: nossa capacidade de escolher que reação teremos a cada estímulo da vida.
Fica mais simples se observarmos o quadro abaixo:

O que o autor explora, baseado no grande Viktor Frankl, são as possibilidades de se viver acima do eixo horizontal: uma existência com sentido. Fracasso e sucesso obviamente têm sabores diferentes para quem os experimenta, mas podem ser ambos preenchidos de significado. E este seria o núcleo de uma vida significativa.
Nesse contexto, o autor discorre sobre sete princípios para uma vida com sentido:
  • somos livres para escolher nossas atitudes em relação ao que nos acontece
  • nosso desejo por sentido é um empenho consciente em valores e objetivos significativos
  • sentido em todos os momentos da vida
  • podemos descobrir como trabalhamos contra nós mesmos
  • é possível nos distanciar de nós mesmos e adquirir uma nova perspectiva
  • podemos mudar nosso foco de atenção ao lidarmos com situações difíceis
  • é possível ir além dos nossos limites e ajudar o mundo
Fácil escrever, um pouco mais difícil de aplicar. Bem, o que não nos falta é oportunidade de experimentar: cada momento demanda novas respostas. E quanto mais pessoalmente significativas, mais sentido tem a vida no aqui e agora.


Observações: 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Difícil de decidir

Método clássico, elegante, simples e interessante para momentos de confusão. Não indica o que você deve fazer, mas ajuda a esclarecer o que você gostaria de fazer.


"Quando se deparar com duas opções, apenas jogue uma moeda. Funciona não porque responde sua dúvida, mas porque, no breve instante em que a moeda está no ar, você de repente percebe que resultado está esperando."


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Prazeres proibidos

Todos nós, que temos espelho e conta bancária, sabemos que avaliamos os outros e a nós mesmos por meio de comparações. E se você pensava que a inveja derivada das comparações era um pecado grave, é porque ainda não sabe o que é schadenfreude.
Pesquisadores publicaram na revista Science um estudo mostrando como essas duas sensações ocorrem no nosso cérebro.
Primeiro, a inveja. Germina quando nos comparamos com alguém cujas qualidades consideramos
  • auto-relevantes (nadar rápido é importante para o César Cielo, mas pode ser indiferente para o Felipe Massa) e
  • superiores (você & seu marido x Angelina Jolie & marido da Angelina Jolie).
Nessas situações, observou-se que ativamos a região dorsal do córtex cingulado anterior (dACC), normalmente ativa quando processamos conflitos cognitivos e dor social...
Agora, a mais nova palavra do seu vocabulário: schadenfreude. Para facilitar, vamos criar uma situação. Imagine alguém como o Eike Batista e suponha que você sentisse inveja, por exemplo, caso ele fosse rico e casado com uma mulher admirável. Então, imagine como você se sentiria descobrindo que esta admirável senhora teve um caso com um homem simples, e.g., um bombeiro. Pronto, isso é schadenfreude: a alegria no seu coração quando uma pessoa invejada tem azar.
Este estudo revela que, quando você sente schadenfreude, há ativação no estriato ventral, envolvido no

processamento de recompensas (prazer).

É feio, ninguém assume e consta na Bíblia que pagaremos por isso... mas, mesmo fisiologicamente, o seu prazer pode ser o meu sofrimento. E o seu sofrimento, a razão do meu prazer.


Observações:

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Traições mnemônicas

Quem nunca se empolgou para contar aquela piada, aquela história incrível a um amigo e, pouco depois de começar a narração, foi constrangedoramente interrompido pelo comentário “Mas fui EU quem te contou isso!”? Pois bem, esses que atirem a primeira pedra.
Estamos todos seguros, provavelmente ninguém vai atirar nada (pelo menos, não por isso). Psicólogos americanos constataram, em um estudo publicado na revista Psychological Science, que se trata de um tropeço natural da memória e pode surpreender qualquer um de nós. Vamos entender.
Memória de origem – identifica a fonte da informação.
Fundamental quando, no consultório, me lembro da história de cada paciente, sem confundi-los.
Memória de destino – identifica o destino da informação.
Fundamental quando você, com a melhor das intenções (sempre!), contou diferentes versões de um mesmo fato para diferentes pessoas. Para sustentar sua mentira (nome que se dá a este outro fenômeno...), é imprescindível saber para QUEM você contou O QUÊ.
No entanto, essas memórias funcionam diferentemente.
Quando recebemos uma informação, estamos  
focados no contexto
Associamos seus elementos (e.g., a história que ouvimos e seu narrador) e essas associações nos ajudam a lembrar o que aconteceu com quem e quando. Por isso, a memória de origem é mais precisa.
Quando passamos uma informação, além do contexto, estamos bastante 
focados em nós mesmos
no modo como contamos. Ou seja, ficamos divididos entre nós mesmos e o outro, que recebe menos atenção. Por isso, a memória de destino falha mais.
Em resumo: atenção e memória trabalham juntos. Diminuindo o foco em si mesmo – que pode não ser simples, se você vive nessa cultura –, sua memória agradece e promete te constranger menos.

Observações: